Costumo ser uma pessoa bem chata com best-sellers. Por algum motivo além do que a razão me permite entender costumo esperar a febre de lançamento de um bom best-seller esfriar antes que eu possa comprá-lo. Ok, a parte que inclui o preço dele abaixar também conta.
No entanto, diferente de com “A menina que roubava livros”, Li “Jogos Vorazes” emprestado de uma amiga e… Mal vejo a hora de ter o meu em mãos. Cá entre nós, pessoal, a história é muito boa.
Dando um resumo básico. A história é contada em primeira pessoa por Katniss, habitante de uma região que é divida em 12 distritos e uma Capital. Há certo tempo atrás o território possuía também um 13º distrito. Quando tais distritos se rebelaram contra a Capital. o Poder de guerra superior da mesma os aniquilou e destruiu permanentemente o décimo terceiro distrito. Para lembrar sobre sua soberania perante todos, cada distrito é obrigado a sortear um adolescente como “tributo” para o evento anual conhecido como Jogos Vorazes, um reallity show no qual um menino e uma menina de cada distrito são colocados em uma espécie de “arena” (que inclui desde de desertos até florestas) e devem se enfrentar em isolamento através de uma competição mortal. Os jogos terminam quando apenas um tributo permanece de pé. Ou respirando, o que importa é estar vivo.
Katniss houve a história acima todo o ano. Quando sua irmã menor é sorteada como tributo ela se oferece em seu lugar para participar dos jogos. E é a partir daí que as coisas ficam interessantes…
Bom, no que se refere à história acho que deu pra dar um gostinho, né? Eu realmente gostei muito da narrativa de Suzanne Collins, ela criou uma personagem que consegue levar a narrativa como uma verdadeira competidora, mesmo com a grande sobrecarga emocional sobre a mesma. Acredito que a autora deva ter se inspirado na história dos Estados Unidos, uma vez que em seu período colonial era divido em 13 colônias que deviam prestar contas à “capital”, ou seja a Inglaterra. Mesmo sendo uma distopia, achei interessante esses elementos ligados com a história deles. No decorrer do romance somos questionados quanto à um grande sucesso televisivo: os realities show. Katniss acaba se vendo obrigada à fingir uma paixão em relação à o Peeta, o “tributo masculino” de seu distrito. O pior é ver como a sobrevivência no show é capaz de minar uma relação que realmente poderia dar certo. Além de Peeta, Katniss também possui em sua mente seu “talvez mais que amigo” Gale, que ficou no Distrito 12 e costumava ser seu parceiro de caça. Tais conflitos internos e externos tornam o livro surpreendente.
O único porém que encontrei foi justamente a narração em primeira pessoa. Não é a primeira distopia que é narrada em primeira pessoa. No entanto, certas ações com relação aos “patrocinadores” e “idealizadores dos jogos” não ficaram tão claras por estarmos presos a visão de apenas uma personagem. É exatamente por isso que preciso dar crédito ao filme. A adaptação do romance aos cinemas sofreu algumas alterações necessárias, e outras que me pergunto como serão contornadas. Apesar de tudo, no filme podemos nos despreender um pouco mais da visão de Katniss e as questões acima sobre os jogos ficaram mais claras. Acredito que tanto o livro quanto o filme se completaram para criar um verdadeiro fenômeno.
Bom, acho que já falei o suficiente. Pessoal, é um livro que vale a pena ser lido. Estou ansioso para ler sua sequência “Em chamas”. Acredito que devorarei a trilogia em um instante.